25 de julho de 2012 Felipe

Londres 2012 (1)

It's All Yours por Macabam | Flickr cc-by-nc-nd

It’s All Yours por Macabam | Flickr cc-by-nc-nd

Londres 2012

Do ponto de vista da informação, será interessantíssimo acompanhar estes Jogos Olímpicos, os primeiros desde a plena popularização do Twitter e do Facebook. Muita gente vai querer compartilhar conteúdo: público e atletas, mesmo com todas as regras rígidas do COI sobre o assunto. Esta matéria do UOL ilustra bem o assunto. Fico na dúvida se estas proibições são para proteger os veículos credenciados ou é somente uma visão ultrapassada em relação ao conteúdo gerado pelo usuário.

Quem for assistir aos Jogos em uma das arenas só pode tirar fotos, gravar vídeos e áudios para consumo próprio. Isto significa que o conteúdo registrado não pode ser divulgado pela internet nem compartilhado em redes sociais. Os organizadores reconhecem que vai ser praticamente impossível evitar que imagens dos eventos acabem aparecendo no Facebook e no Twitter, mas as regras tem como objetivo principal desestimular o uso comercial destas imagens.

Fiquei discutindo isso com o Bruno ontem, no fim do expediente. O que seria o uso comercial destas imagens? Um sujeito que está fazendo um streaming da final da canoagem e durante a transmissão anuncia um patrocinador? Um compartilhamento de foto no Flickr que não seja Creative Commons? É difícil prever isso.

“Comentários e tuítes postados por atletas participantes têm que ser feitos em primeira pessoa, como se fosse um diário pessoal. (…) Não se podem fazer relatos em tons jornalísticos.

Estão vetadas publicações de imagens da Vila Olímpica ou de sedes dos jogos.

Eles também estão proibidos de “promover marcas, produtos ou serviços”.

Esta parte é complicada. Imagino que os atleta devem estar muito afim de falar sobre o ambiente na Vila com seus seguidores no twitter. E, de certa forma, os seguidores esperam isso, já que um dos motivos para dar um follow no sujeito é saber como são os bastidores. Infelizmente os atletas não poderão fazer isso, teoricamente. E acho que é um tiro no pé do Comitê Olímpico, que perde uma grande chance de aproximar ainda os Jogos do público.

De qualquer maneira, é óbvio que um ou outro não vai seguir esta regra. Imagine uma twitcam ou um Google Hangout na Vila Olímpica ou logo antes de uma final? Ou mesmo o clique vindo de um atleta no meio da competição, mais ou menos como o Brad Keselowski fez na Nascar. É garantia de audiência certa e isso é bom pra todo mundo.

E estas proibições acabam, de certa forma, prejudicando os jornalistas. Afinal:

Também estão vetados o uso do chamado “conteúdo gerado pelo usuário”, que são materiais publicados na internet por espectadores dos jogos.

Aí vale um exercício de abstração e memória. Imagine se já existisse o iPhone em 2004. Agora, imagine que existe um sujeito está acompanhando a maratona ali no quilômetro 36, ao lado do Cornelius Horan e consegue filmar o exato momento eu que o padre sai para agarrar o Vanderlei Cordeiro de Lima. Todos os jornais gostariam desta imagem, não é? Mas iriam ficar querendo, pois o uso seria proibido. Fim do exercício.

O mesmo serviria pra algum vídeo exclusivo feito por um atleta durante o aquecimento para uma prova importante. (Não se esqueçam, atleta também cai na categoria usuário quando estamos falando de dispositivos móveis e internet ;))

Pra finalizar, não acho que o conteúdo gerado pelo usuário seja prejudicial para os veículos já estabelecidos. Neste caso olímpico, acho que eles se complementam. Por isso, recomendo criar uma lista com atletas e jornalistas no Twitter e acompanhar de perto. Coisa boa vai sair dali, com certeza.

E bons jogos pra todo mundo!


Ah, em tempo. Como a organização também proíbe o uso do logo e dos anéis olímpicos mesmo em publicações não comerciais, bolei a faixinha acima. Usei um padrão bacana do ColourLovers com as cores dos anéis. E até o fim dos Jogos, utilizarei fotos licenciadas via Creative Commons do Flickr. 🙂

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Comments (2)

  1. Humberto Massa (@massa0000)

    Minha sugestão? Desliguei a TV, me recuso a assistir qualquer evento cujas regras tenham essa palhaçada. Se eu vir um dos patrocinadores de relance, evitarei comprar daquela marca, se possível. Simples assim.

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